sábado, 28 de abril de 2018

CASA DOS PAPÉIS-112: COMPANHIA ESTRADA DE FERRO DO DOURADO - VI


 
 
 
DECRETO Nº 1112
DE 12 DE MARÇO DE 1903
 
Auctoriza a COMPANHIA ESTRADA DE FERRO DO DOURADO a construir a estação denominada "TRABIJÚ", na estaca 1658 (kilometro 33+160) da estrada de ferro a Bôa Esperança.
O Presidente do Estado de São Paulo,
Attendendo ao requerido pela COMPANHIA ESTRADA DE FERRO DO DOURADO, e de accôrdo com as informações da repartição competente, 
 
DECRETA:
Artigo único. Fica concedida à COMPANHIA ESTRADA DE FERRO DO DOURADO licença para construir a estação denominada "TRABIJÚ", na estaca 1658 (kilometro 33+160) da estrada de ferro a Bôa Esperança, de accôrdo com o typo approvado para a estação de Ferraz Salles, situada no trecho em trafego da mesma estrada.
 
Palácio do Governo do Estado de São Paulo, 12 de Março de 1903.
 
BERNARDINO DE CAMPOS
João Baptista de Mello Peixoto
 
Publicado a 14 de Março de 1903 - Eugenio Lefreve, director-geral.
 
 DIARIO OFFICIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO ESTADOS UNIDOS DO BRAZIL
ANNO 12º-15º DA REPUBLICA - Nº60-SÃO PAULO-SABBADO, 14 DE MARÇO DE 1903
 
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DENOMINAÇÃO DE TRABIJÚ
 
Há diversas versões sobre o motivo do nome TRABIJÚ dado à prospera localidade que é, sem duvida, o coração da COMPANHIA ESTRADA DE FERRO DO DOURADO.
Nenhuma dessas versões, no entanto, é verdadeira e por isso nós resolvemos, com o intuito de esclarecer a origem, procurar fontes autorizadas, em cujas informações pudéssemos ter confiança.
Foi assim que soubemos ter sido esse nome escolhido por CYRO REZENDE, a figura histórica da Estrada, seu fundador e dirigente por muitos annos.
CYRO REZENDE, sabendo que esse local seria o ponto de convergência das linhas férreas, e que portanto teria um prospero futuro, dedicou-lhe, naturalmente, um grande amor e então deu-lhe um nome que, para elle, CYRO, lembrava os seus antepassados, a sua infância descuidada, o berço seu e de muitos parentes que lhe eram caros...
TRABIJÚ chama-se a fazenda em que nascera, em Pindamonhangaba, herança de seus paes do BARÃO DE PINDAMONHANGABA.
Foi ahi que CYRO REZENDE, filho de Manoel da Costa Rezende, começou sua vida demonstrando desde logo todo o arrojo e tenacidade de que era dotado o seu espirito.
Não estando os seus progenitores bem de finanças conseguiu, com a sua administração, saldar as dividas e livrar a fazenda.
Mais tarde vendeu-a, quem sabe talvez contristado, e com o producto comprou, de socidade com o snr. Gabriel Dias da Silva, a fazenda de Brotas de que foi co-proprietário até à fundação da COMPANHIA DOURADO.
Annos depois vendeu as sua parte ao snr. Gabriel Dias da Silva, sendo este capital, o producto da venda, o inicio da COMPANHIA DOURADO.
A fazenda TRABIJÚ em Pindamonhangaba, berço de CYRO REZENDE, era próxima à fazenda do snr. Manoel Marcondes de Souza, pae do sns. Aristides Marcondes de Souza, hoje Chefe do Escriptório Central da Companhia.
 Construída a estação de entroncamento, lembra-se CYRO da sua fazenda em que nascera e dá-lhe o nome saudoso de TRABIJÚ.
O fundador da ESTRADA homenageou assim o torrão de terra que lhe servira de berço.
 Por isso esse local de vida intensamente ferroviária, que é o coração da COMPANHIA DOURADO, deve sentir-se lisonjeado em estar homenageando, com seu nome, o berço do vulto venerando do seu fundador.
Outra denominação escolhida carinhosamente por CYRO REZENDE foi a da estação SANTA CLARA, que presta uma homenagem à sua progenitora d. CLARA DE REZENDE.
 
Jornal "A UNIÃO"-NUM.129-ANNO 3-Dourado, E.S.Paulo, Domingo 3 de Junho de 1934
 
ARQUIVO - CASA DOS PAPÉIS
 
 

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