quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

CASA DOS PAPÉIS-232: NOTAS ESPORTIVAS - 22

CRONICA ESPORTVA

C. E. FERROVIARIO DOURADENSE
VS.
  A. A. MOCOEMBÚ
 
Não obstante o mau tempo reinante, grande foi o numero de espectadores que compareceu ao "Parque São Pedro", domingo passado. Todos estavam anciosos para ver o grande embate apezar de quasi todos os prognósticos serem pessimistas. Quasi que ninguém acreditava na vitória do "FERROVIARIO", pois este entrou em campo bastante desfalcado. Foram reintegrados alguns elementos da turma secundaria mas elementos de valor que estiveram a altura de representar muito bem as cores ferroviárias.
***
Quatro a Zero!
Contagem bem expressiva que mostra com evidencia o esforço empregado pelos nossos "players".
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Precisamente às 17,30 o jogo era iniciado sob as ordens do sr. HENRIQUE HUBEL.
Nos primeiros minutos houve um certo equilíbrio de forças notando-se belos lances de ambos os lados. A pelota corria por todo o campo. Os jogadores empenham-se entusiasticamente para abertura da contagem da tarde. Aos vinte e cinco minutos de jogo registra-se uma falta próximo à meta dos visitantes que batida com maestria, por MELÃO, resulta o primeiro tento da tarde, sob verdadeiro delírio da assistência. Dão a saída os visitantes, que logo ao sair perdem a pelota para os locais que organisam um perigoso ataque. E assim dois minutos após ter sido conquistado o primeiro tento, CUNHA em lindo estilo faz estremecer a rede dos visitantes assinalando o segundo tento da tarde. Nova saída é dada pelos visitantes, que procuram atingir a rede de JOSÉ, mas não o conseguem, visto este intervir com precisão. E deste modo, após mais umas jogadas, nas quais LOZANO conseguiu um tento que foi anulado, termina a primeira fase do prélio acusando o "placard" a contagem de 2 X 0 favorável aos locais. 
A chuva começa a cair, mais nem por isso os espectadores se ausentam do campo.
De guarda chuva ficam todos aguardando o restante da pugna.
Após o descanso regulamentar, o jogo é reiniciado.
Os visitantes não desanimam; procuram também abrir contagem favorável à suas cores, aos mesmo tempo que os locais se esforçam para aumentar o "scóre". Decorrido quinze minutos de jogo, LOZANO recebendo um ótimo passe da ala direita marca o terceiro ponto da tarde. A assistência delira de entusiasmo. Poucos minutos mais tarde NITO marca o quarto e ultimo tento da tarde. E assim após algumas jogadas termina o grande encontro com a contagem de 4 X 0 favorável aos locais. 
O juiz sr. HENRIQUE HUBEL atuou com imparcialidade.
Na turma local não há elementos a se destacar. Todos jogaram muito bem.
A turma visitante embora vencida, portou se dignamente com uma disciplina , modelo em campo.
O "FERROVIARIO" apresentou se assim organisado:
JOSÉ
FATORE - SASSO
MELÃO - BLUNDI - ARTUR
NITO - BALDI - CUNHA - BENJAMIM - LOZANO
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Ao sair os nossos distintos visitantes nos deixaram os seguintes agradecimentos que por certo ficarão inesquecíveis em nosso intimo:
" A Diretoria da ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA MOCOEMBÚ, tem a súbita honra de deixar nestas simples linhas, o seu agradecimento à distinta Diretoria do ESPORTE CLUBE FERROVIARIO desta cidade de DOURADO, ainda, este agradecimento, estende-se ao Juiz da pugna que muito contribui para o desenvolver da mesma.
A caravana, deixa a cidade de DOURADO enciumada pela sua distinta e agradável torcessão.
DOURADO, 8/11/931 
a) Rego Antônio Rosseto
b) Angelo Ricardo (capitão do quadro)
c) Mario Zezza (treinador)"
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Jornal "A UNIÃO" - NUMERO 6 - ANO I - 14 DE NOVEMBRO DE 1931
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No Programa:
Na coluna da esquerda8 de Novembro ??? É este o dia que o C.E.F.D. escolheu para bater-se, em partida amistosa, com um dos mais fortes quadros da redondesa. É elle da A.A.MOCOEMBÚ, de Dous Córregos, que já há longos annos, vem desfructando de uma invejável fama entre os campeões do interior. O FERROVIARIO terá em sua frente um conjuncto respeitável, que tudo fará para manter sempre inalterável tão significativo conceito. Também o FERROVIARIO saberá mostra-se um adversário digno por todos os modos. E o que veremos resultar de tudo isto? Uma excellente e empolgante tarde esportiva. Não percam, portanto, esta occasião que não é muito frequente nesta cidade.
Na coluna da direita: 8 de Novembro!!! Os "habitueés"do sumptuoso PARQUE S. PEDRO, terão somente que bem dizer desta elegante e festiva tarde esportiva. Perderão esta opportunidade somente aquelles que não sabem apreciar o que é bom. A BANDA MUSICAL, sob a regência do maestro JOÃO ZANETTI, emprestará seu brilhante e valioso concurso a esta memorável e encantadora diversão. O C.E.F.DOURADENSE annuncia para o próximo de dia 22 outro encontro de real interesse: defrontar-se-á com o pujante quadro da ASSOCIAÇÃO PALESTRA ITALIA de Araraquara, em disputa da rica taça "TANNURI". Para o dia 29 annuncia-se também, outro jogo de igual valor.
 
ARQUIVO: CASA DOS PAPÉIS/FAMILIA GAUDENCIO DEL CIEL/RUDYNEI FATTORE.
 

sábado, 25 de janeiro de 2020

CASA DOS PAPÉIS-231: CADA BANCO UMA HISTÓRIA - 07


BRAULIO MODESTO DE ABREU

Sertões outrora incultos, ermos e cobertos de matas virgens, foi berço pioneiro de um homem valente, arrojado; consta na vida do agricultor BRAULIO MODESTO DE ABREU, que formou a Fazenda Santa Carolina, fazendo cultivo de plantações e invernadas que despontaram como raios do sol neste chão douradense.
Descendente de portugueses era filho de JOSÉ MODESTO DE ABREU e BRAULIA DE ARRUDA LEME.
Casou-se com CAROLINA DE ABREU PORTELA (1ª núpcias) e tiveram dez filhos: BRAULIA, MARIA, HAYDEÉ, DIRCE, PATROCINIA, JOÃO, ARLINDO, GUMERCINDO, BENEDICTO e SEBASTIÃO. Em 2ª núpcias com BALBINA DE A. PORTELA.
Esses filhos lhe deram trinta e um netos, mais de sessenta e cinco bisnetos e inúmeros tataranetos.
A esta descendência tão numerosa deixou um exemplo de muito amor pela sua família e pela sua terra natal.
Ele plantou braçadas de entusiasmo, determinação, espirito desbravador e crença na terra e no amanhã.
Há um proverbio indiano que diz: " O que se faz num dia é a semente de felicidade para o dia seguinte. Hoje plantamos, amanhã colhemos de acordo com o plantio. Semente jogada na terra hoje, garantia de felicidade amanhã".
Por isso BRAULIO MODESTO DE ABREU, se empenhou na terra fértil de DOURADO na tentativa de ser o café na época, o "OURO VERDE" do Brasil uma riqueza duradoura.
Nasceu em 03 de junho de 1872 - Faleceu em 24 de junho de 1969.
É muito gratificante quando seus antepassados douradenses são memorizados pelo jornal da cidade.
Família de BRAULIO MODESTO DE ABREU.
 
Jornal "O DOURADO"-Nº211-ANO 11-10 DE MAIO DE 2007-RUDYNEI FATTORE
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CORREIO PAULISTANO-Nº17.889-PAG.4-DE 12 DE MAIO DE 1913
TELEGRAMMAS - INTERIOR
MACHINA DE BENEFICIAR CAFÉ
DOURADO, 11 - Foi inaugurado hontem na fazenda do sr. BRAULIO MODESTO DE ABREU, uma machina "Amaral", typo 1, para o beneficio de café.
A machina foi fornecida pelos fabricantes srs. Martins & Barros dessa capital, e a força motora, que é a electrecidade, fornecida pela COMPANHIA FORÇA E LUZ DE BROTAS.
Ao acto compareceu grande numero de convidados, notando-se muitos fazendeiros vizinhos e muitas pessoas gradas desta cidade.
A' uma hora foi ligado o motor electrico que acciona a machina, não se fazendo demorar o apparecimento do café beneficiado com uma perfeição que revela a boa qualidade daquella machina.
Depois de uma hora de trabalho, foi interrompido o funccionamento da machina e no vasto salão, onde ella se acha installada, foi offerecido aos convidados uma lauta mesa de doces regada de excellentes vinhos finos.
\o sr. BRAULIO e sua exma. esposa foram proligos  em obséquios aos seus convidados, sendo muito felicitados por motivo  daquelle melhoramento na sua fazenda. 
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Decreto Nº551, de 05 de Março de 1986, a Rua "4" do Loteamento Jardim Primavera (área da antiga Chácara Coloninha), passa a denominar-se "RUA BRÁULIO MODESTO DE ABREU"

 

Sentados: BRAULIO MODESTO DE ABREU (LICO) e d. BALBINA P. ABREU
 Em pé: SEBASTIÃO MODESTO DE ABREU e BENEDICTO MODESTO DE ABREU
 
 
FONTE: BNDIGITAL - CORREIO PAULISTANO
ARQUIVO: CASA DOS PAPÉIS-FOTO/SERGIO L. DE ALMEIDA

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

CASA DOS PAPÉIS-230: JOÃO JACOB KLAIN - IV


LEMBRANÇAS DE UMA PESCARIA
 
Aconteceu em 16 de novembro
Isto foi depois da eleição
Tínhamos tratado uma pescaria
O dia era lindo e bão
Tinha companheiro de Dourado
De São Carlos e Ribeirão
Tinha o Chico de São Paulo
Em companhia do irmão
Prá leva essa comitiva
Lá foi duas condução
 
Regulava duas horas
Quando chegamos no lugá
Lá esparramô essa turma toda
Uns pra cá outros pra lá
Alguns foi pesca traíra
Outros as piavas foram tentá
Porém tinha hora marcada
Pra no ponto se encontrá
Isso foi a tarde toda
Até a noite chegá
 
Quando a noite chegô
Ouvi um barulho esquisito
Era conversa que não parava
Só quem falava era o Chico
Também ele tava preparado
De engenhoca ele tinha um litro
Não tardou ele deu alarme
"Vamô embora Benedito
Não posso mais aguentá
A tentação do mosquito"
 
Por aquela escuridão
Nós saimo rasgando mato
Isso foi a pura verdade
Não é mentira foi fato
Quando cheguemo no ponto
É que nóis fiquemo chato
Pois lá só encontramo o jipe
Da perua só tinha o rasto
Se fossemo atacado por uma fera
Dos dez treis tava escápo.
 
Naquela hora é que notei
Que o Chico é um cabroco largado
Pra ele tudo serve
Não come nada enrolado
Ele usa uma bota chique
E do cano sanfonado
O seu chapéu panamá
Do bico todo enrolado
Na cintura ele carrega
Um garruchão dependurado
 
Dito e Chico ficaram
Sentado os dois num cepo
Eu co meu facão na cinta
E peguei um farolete
Sai rasgando a quiçassa
Pulando cipó e graveto
Pensava "se encontrá a onça
O negócio fica preto"
Fui encontrá os companheiro
Na lagoa do Pau Seco
 
Na chegada foi o Ferreira
O primeiro que encontrei
Já contando a vantage
Da pescaria que feis
Inda rastou mais um bagaço
Que sozinho pesca por seis
Sabendo que ele é bravo
Fingi que acreditei
Perguntei da sua nação
"Sô filho de Portugueis"
 
Eram dez pescadores
Nome todo vô citá
Tava o Klain, Jacob Seisdedos
e seus filho Vardemá
Nessa bagunça também tava
O amigo Zé Leal
Tava o Dito e tava o Chico
Dois irmãos Gales também tá
Tá o Lucato, tá o Ferreira
Aí tá os déis pode contá.

 

 
 
Autor: JOÃO JACOB KLAIN
Obra: POEMAS
Edição: Setor Cultural UFSCAR
Ano: 1.987  


terça-feira, 14 de janeiro de 2020

CASA DOS PAPÉIS-229: A UNIÃO - NUMERO 6



ONTEM E OJE
ADELINO FRANCO
 
O Dr. WASHINGTON MARCONDES FERREIRA, foi o terceiro Superintendente da Cia. DOURADO, feito, podemos dizer entre nós, assumiu o cargo em 15 de abril de 1926, debaixo dos mais justos contentamentos e essencialmente daqueles que tinham certeza de que s.s. os arrancaria do ostracismo, onde haviam sido lançados como condênados ferroviários, trazendo-os para o seio da família ferroviária da qual foram desmembrados com ou sem justiça, deixando os ao critério competente para continuarem a trabalhar com o mesmo amor e com a mesma dedicação. E graças à Deus, isso não falhou, e a descriminação não tardou para aqueles que a merecia, porque s.s. como sempre discernente, procurou conhecer os motivos legítimos não deixando levar-se por farças e duvidosas acusações que pudessem dar logar, a punição merecida. De todo o beneficio havemos de ve-lo recompensado e não muito longe
***
Vamos agora referirmos nos aos seus feitos:
Não sejamos inconscientes. Assim como um homem depois de assegurado o futuro da sua família não deve procurar quem o elimine da terra, reconheçamos , pois, que as empresas feitos os seus seguros contra o fogo, têm de prepararem os seus aparelhos e as suas instalações  para salvarem os seus maquinismos e prédios da ruina quando ameaçados por incêndio. Ademais, capacitemos de que toda e qualquer instituição tem os seus regulamentos e leis aprovados pelos competentes governos para garantir os seus direitos e para punir os transgressores. Comtudo não faltaram abusos que levaram tantos segurados a prisão! E si não fora isso, quantas e quantas indenisações injustas e fraudulentas não fariam asa companhias de seguros rumarem-se à falência?
E foi assim que s.s. deixou o aparelho w e suas respectivas instalações preparados para serem utilisados quando necessários para o salvamento dos maquinismos e prédios das oficinas.
***
Cada classe de acôrdo com sua catêgoria tem o seu meio social e acolhimento. E nós que somos da média, não podemos julgar que a diretoria da estrada onde trabalhamos possa viajar num compartimento comum, e foi porisso, que s.s. deu lhe o justo valor mandando construir um carro para o uso da Administração.
***
Devemos compreender que os descarrilamentos de locomotivas e veículos não ocorrem somente durante o dia enquanto existe a luz do sol. Numa estrada que os seus trens circulam também à noite com o mesmo desembaraço, foi que s.s. determinou a construção de um vagão de socorro com um magnifico farol, com todos os precisos acessórios e instalação de um aparelho telegráfico.
E do ótimo resultado deste feito já tivemos oportunidade de conhece-lo. Cremos não haver duvidas! E si dizemos tudo isto é porque desejamos que todos os colegas compreendam o valor administrativo de um homem e não nos julguem o reduzido numero de pessimistas quase obliterado, que somos bajuladores, visto que podemos assegurar-lhes que não o somos. Esclareceremos - lhes que os nossos chefes pelo seu trabalho com toda sinceridade e não com disfarces, aleivosia ou hipocrisia, porque ainda, não somos mistificadores de politica e negócios, ou falsários de relação.
***
As maquinas que se fazem necessárias numa estrada de ferro podiam ser dispensadas, até quando? Assim, e para que nem sempre a boa visinha da Cia. DOURADO fosse incomodada, s.s. deixou-as montadas nas oficinas habilitando-as de meios para que todos os serviços referentes ao ramo, com rara exceção, pudessem ser executados pelos seus hábeis mecânicos que com elas manejam. Não veremos por ventura seguimento de processo? Não sabemos ainda por ventura que toda indústria para auferir lucro precisa ser organisada e que essa organisação custa dinheiro e requer espirito administrativo, uma direção autorisada? Claro que sim!...
***
A secção de estatística de sua organisação tem apresentado o verdadeiro fim de sua creação e da sua utilidade; é por ela que chega-se a conhecer todo e qualquer movimentos referentes aos quilômetros e pessos mortos dos veículos.
O seu esforço para reformar a disciplina que tem sido debatida desde o principio da estrada, foi sem duvida de grande proveito para a classe ferroviária. Porisso, prezados colegas saibamos cultiva-la para que ela não extravie e torne cada vez mais perfeita entre nós para o engrandecimento dos nossos dirigentes e do real valor que temos.
Outros melhoramentos foram feitos e projetados por s.s. referente à Via Permanente com auxilio do Dr. NIUTON UZEDA competente engenheiro então Chefe da Lina.
Bastante empenho s.s. fez para que o salario da classe fosse melhorado, conseguindo beneficial-a  dentro do possível.
***
Para que todos recordem, transcrevemos a despedida que s.s. apresentou quando em 31 de Dezembro de 1928 deixava-nos:
"Cumpre-me comunicar-vos que nesta data deixo os cargos de Superintendencia e Chefe de Locomoção que vinha exercendo desde 15 de Abril de 1926, e retiro-me dos serviços da mesma, de accordo com a solicitação que fiz à Directoria.
Outrosim que, pela Directoria foi nomeado para substituir-me nos cargos referidos, o Dr. WALDERICO C. VERAS.
É do meu dever, e o faço com a máxima satisfação, de deixar nesta, consignado o meu profundo reconhecimento e agradecimento a todo pessoal, pelo modo que se conduziu durante a minha administração. na cooperação directa, para que a mesma fosse de paz e de esforços máximos em prol do bom serviço e do bom nome e interesse da COMPANHIA.
Quando em 15 de Abril de 1926, tomei o compromisso perante a Directoria de dirigir esta ESTRADA, conhecia já quão árduo seria o trabalho, porem de antemão conhecia também o quanto seria o mesmo amenizado, porque contava com a dedicação e esforços de todos para conseguirmos um fim comum.
A todos hypotheco a minha gratidão, com os votos de todas as prosperidades e felicidades.
Com meu abraço de despedida, a cada um, o meu agradecimento e o meu 
                                                                                                                            Adeus".
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Foi nesta data que s.s. ofereceu um magnifico banquete em confirmação da estima que devotava aos ferroviarios da DOURADO, sem distinção de classe , dispensando a sua atenção a todos aqueles que lamentavam a separação e sempre eram animados, porque, ele sabia que para o seu logar viria um homem de rígida administração, enquanto os companheiros de labuta da Cia. Paulista recebiam um chefe de energia férrea, empreendedor e distinto.
Desta fórma, foi que a 31 de Dezembro de 1928, foi sucedido pelo Dr.WALDERICO C. VERAS.
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C I R O P O L I S
Um pugilo de colegas ferroviários da douradense, vem com o mais decidido empenho, trabalhando para que seja prestada significativa homenagem à memoria do ilustre paulista CIRO MARCONDES DE REZENDE, que a morte colheu impiedosa já vai longe.
Porisso servindo-se da colunas deste órgão, que é o nosso porta-voz, têm focalisado com brilhantismo sem igual as suas aspirações, tecendo em torno daquela figura idealista que jamais havemos de nos esquecer, os mais significativos comentários extravasados de sinceridade, de amor e de saudades.
Essa campanha que assume no momento vulto notável, carece entretanto de estudos.
Estudos da parte operosa diretoria da ESTRADA que sempre foi e é acessível aos grandes empreendimentos e de parte dos que lutam com destemor  pela concretisação do desiderato.
TRABIJÚ é a estação à que todas as vistas estãp voltadas, no objetivo de ser mudado o seu nome oara o de "CIRO RESÊNDE". De fato é a que mais se adequa. Foi em TRABIJÚ que o "velho" mais viveuos seus dias num trabalho intenso, construtor e sibretudo cheio de esplendores, procurando aqui e ali numa brecha para melhora-la, e arquiteteando planos que os seus sucessores vêm agora realisando com inteligência.
TRABIJÚ é o centro da ESTRADA. Em tempos não longínquos dado o seu atual desenvolvimento será por força das circunstancias uma cidade, um centro de cultura industrial, agrícola, comercial e intelectual. O seu povo nos últimos anos tem trabalhado com afinco pelo seu progresso e caracterisa esta asserção  os novos prédios ali construídos e sobretudo a igreja. A igreja sim é o que mlhore realisaram. O templo é sempre o marco inicial de uma cidade e jamais se viu uma vila em começo sem a Casa de Deus. Deus está em toda parte. Mas mesmo assim os seus ensinamentos devem ser espargidos onde as massas são densas. A igreja é tudo. Os trabijuenses já a tem. Agora os ferroviários querem consagrar a memória daquele que deu esse nome a estação ao sopé da serra da Babilonia. Querem que TRABIJÚ seja chamado CIRO RESENDE. Estou com meus colegas nesse formoso ideal. Estou porem pela troca mais sonante e significativa. Ao em vez de TRABIJÚ - CIROPOLIS. Cidade do CIRO. E mais tarde. Os homens geração moderna que fôr aparecendo no cenário da vida terrena  ao deparar a cidade de CIROPOLIS, buscando no seu panorama que recorda os das cidades serranas da Suissa, algo de bélo e intuitivo, para os seus estudos etnológicos, perguntarão aos velhos que foi o seu fundador. Estes dirão com toda pujança de suas forças: foi CIRO RESENDE.
CIROPOLIS ! Representais no seu todo a vibração da voz que vem se erguendo em toda a DOURADENSE no empenho inamovível de render ao super-homem fundador da C.D. o maior preito de veneração gratíssima.
M. REZENDE
(Chefe da estação de Java)  
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MOVIMENTO DA ESTRADA
TRAFEGO
CAFÉ
Durante o mês de outubro a CIA. DOURADO recebeu em suas estações:
59.916 sacos de café a Santos (seriados)
4.409 sacos de café a outros destinos (não seriados)
64.325 = Total
Dias uteis 26. Média diária 2.474,03
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 CLUBE UNIÃO OPERARIO
Em DOURADO, terá logar oje, nos confortáveis salões do "CLUBE UNIÃO OPERARIO", um magnifico sarau dansante promovido pela sua distinta e esforçada diretoria da qual fazem parte os nossos colegas, srs. LEONARDO RUSSO e ARISTIDES RIBEIRO.
Pelo atencioso convite com que nos distinguiram, somos gratos.
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LITERARIAS
FINADOS
Entrei naquele vasto campo santo! Por todos os lados, via-se soluços e lagrimas. A abobada celeste estava toda imersa em nuvens negras e chovia lentamente. Parecia que a própria natureza naquele aspecto tão tristonho,  participava da mesma dor, da mesma agonia da humanidade.
Caminhei passo a passo procurando entre os demais túmulos, o de meu Pae saudoso; finalmente o encontro... Por muito tempo estive a mira-lo e mentalmente fiz elevar-se ao Altíssimo uma prece fervorosa em dedicação àquela alma bondosa.
Depois fui visitar outros jazigos, onde estavam pessoas orando com muita devoção. Consolei-me assistindo  aquele impressionante espetáculo onde reinava a igualdade...
Novembro - 931 - OMC
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A UNIÃO-NUMERO 6-ANO I-14 DE NOVEMBRO DE 1931
ARQUIVO: CASA DOS PAPÉIS

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

CASA DOS PAPÉIS-228: MARIA JOSÉ RIBEIRO DOS SANTOS SANDOVAL (D.ZÉZA) - 2


O QUE AMO
Adoro o céu na escura noite a brilhar
E eu admiro as estrelas o ouro a cintilar!...
E a lua suave, essa eterna adolescente
Entre veste de nuvens, etérea transparente
De rosto pálido e tão meigo olhar;
Tem pra mim o encanto, vivo original
De um anjo puro, divino sem igual
Iluminando as trevas do campo
Os arvoredos rendilhando, o luar!...

E o sol, amo eu suas sendas de luzes
Fertilizando a terra e as inclinar a fonte,
Quando derrama, sobre ela sublimes messes
Que vibram por seu manto de glória
Colorindo de jóias e pelo fulgor da fimbria
Doirada que barra o horizonte atrasado,
E arremata, aquela beleza toda do poente.

A tarde adoro, silenciosa amena...
Que se esvai num tristonho adeus
Vendo-a partir quais os sonhos meus
Por esse escrínio do infinito roxo
Deixando essa saudade que sozinha
Curto e em mim se aninha
Qual dentro do peito, o piar do moxo...

E a terra amo de forma diferente
 Humana, divina, como a mãe da gente
Eterno manancial, fonte generosa
Que ao vencer dos cascalhos a dureza
Deixa correr a lágrima, como do rio a água
Que sacia a sede e abranda a mágoa.

E no mar encontro lindas reações, as quais
A sonhar, somente no céu sinto-as iguais...
Como criança e ainda aquele homem
Atira, salta, roda, brinca de pega-pega
E como se a fugir da cabra cega
Suas ondas correm e escondendo fogem...
Depois, calmo em seu leito, sobre as águas
Ao fitar o infinito e as estrelas do céu
Em sua ânsia de ternura cheia
Sonha, tece coroa, ondula véu
E a virgem praia, a branca areia
A nudez de seu corpo, belo amado,
Recobre com a pompa d'um noivado.

E amando, assim, a natureza toda
A serra, o vale, o campo, as flores
Onde as borboletas exibem suas cores
E atrasada flor, da trepadeira de São João
Alastram todas quais fogueiras pelo chão.

Adoro, aquele abrigo pequenino na ramada
O ninho enfeitado, sobre pérolas, a ave
Depois, o sussurro dos filhotes acamados
Essas ternuras todas de quem vivo enamorada
Vibrando em meu olhar, através da luz
Que vive por toda a parte e pelo mundo espalhada.

E admiro no homem, a moral, a inteligência
Por onde revela o amor, a arte, a ciência
A música, que me leva ao sublime
Que a planger no coração toca,
Exprime sentimentos vários, tão cheios de expressão.

Amo a vida pela oportunidade que oferece
Se conhecer no mundo o que me enternece
Ao ver, sentir, ouvir o que emocionada
Leva à compreensão das maravilhas criadas
Através do infinito amor, que a nós estendem
As mãos ocultas que me definem por Deus.


 

 
D.MARIA JOSÉ RIBEIRO DOS SANTOS SANDOVAL-D.ZÈZA.
LIVRO: O QUE EU AMO
ANO: 2009
IDEALIZADOR: SIDONIO JOSÉ DOS SANTOS
PETRY GRAFICA E EDITORA LTDA

 
 FAMILIA - Da E/D: Zéza, Sylvia, Heloisa, Sidonio, D.Braulia Abreu dos Santos, Sr. João Ribeiro dos Santos, Dalila, Rubens, Carolina, Bráulio e Laura.

ARQUIVO: CASA DOS PAPÉIS