sábado, 2 de janeiro de 2021

CASA DOS PAPÉIS-275: A UNIÃO NUMEROS 9/10 e 11

Obs.: Resumo das edições 9, 10 e 11 da A UNIÃO impressas em BARIRI, a partir do Numero 12 em diante será editado em DOURADO, em gráfica própria.


                              A UNIÃO - NUMERO 9 - ANO I - 6 DE DEZEMBRO DE 1931
CORRESPONDENCIAS
DOURADO
ANIVERSARIOS:
DAGMAR APARECIDA
- Transcorre amanhã, o aniversario natalício da graciosa menina DAGMAR APARECIDA, filha dileta do sr. GASTÃO R. ABREU, ilustre redator d' "O DOURADO", e digno secretário da Superintendência da ESTRADA.  
Por esse motivo auspicioso, posto que um golpe rude haja, delacerado o coração do casal ABREU, há poucos dias, cremos que a data que marca a radiosa passagem de mais um ano de existencia na vida de um dos ornamentos do seu lar, não será ao todo despercebido.
Nós d' "A UNIÃO", com imensa sinceridade apresentamos a pequena aniversariante os nossos parabéns. 
FAZ ANOS:
- Ainda amanhã, o inteligente ODAIR, filho do sr. GUILHERME MURBACK, Encarregado Ferraria da C. D. nesta, e no dia 8 do corrente , a sua exma. esposa, D. LUCIA MONTEIRO MURBACK, distinta senhora que gosa das melhores simpatias no seio da sociedade ferroviária, dado os seus dotes preciosos. Os nossos parabéns. 
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CAMILO P. MACEDO


O 8 de Dezembro corrente, marca nas paginas da vida do sr. CAMILO P. MACEDO, o transcurso de mais um ano de sua preciosíssima existência no cenário da vida terrena. 
Compartilhando da alegria que naquele dia campeará no seu lar honesto e feliz, vimos apresentar-lhe desde já os nossos votos de felicitações. E podemos dizer que, eçes serão apenas um complemento dos inúmeros parabéns que s. s. por força da circunstancias, receberá do seu vasto circulo de amisade. Integrado no seio ferroviario douradense cerca de 6 anos, s. s. pelos seus dotes de coração e fidalguia de sentimentos, conseguiu arregimentar as melhores simpatias dos eus colegas e mesmo do povo de DOURADO, que o admira e acata, dado a sua forma reta de se conduzir na vida.
Mais uma vez deixamos nestas colunas os nossos votos de felicitações à s. s., augurando-lhe vida longa e cheia de prosperidades.
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SÉDE PARA O "C. E. F. DOURADENSE"
Estamos seguramente informados de que a esforçada diretoria do "C. E. F. DOURADENSE", está empenhada na organisação de sua séde que se dará dentro do mais breve tempo.
Esse empreendimento, é assás notável, diante da necessidade de que se ressente o clube em possuir uma séde que servirá para as suas reuniões e para a adaptação de outros esportes de salão, tão essenciais a vitalidade de uma agremiação esportiva-social.
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LITERARIAS

Reminiscências do passado...
Recordar o passado, é vivê-lo novamente... Eis ai um pensamento filosófico e de real verdade.
É justamente o que me sucede, quando recordo dos felizes tempos que já se foram e que os anos não trazem mais... Não posso nunca olvidar os momentos de praser, de paixão, de sentimentalismo em que tive a ventura de passar, unido à eleita do meu coração... Sinto nesses momentos aliás bem melindrosos, renascer em meu sêr um nova vida radiante, um novo horisonte, despontando nele um novo sol de júbilo, espargindo raios de felicidades!... Que saudosos tempos aqueles que fez germinar na minhalma, porem por poucos momentos, a luz da felicidade e da ventura que aos poucos foi se extinguindo lentamente!... Já oje toda essa imensidade de prazer e essa partícula de doçura divina, foi substituído pelo atróz tormento e pela cruel saudade!...
Trabijú - XI - 931 - HOEMECE
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A UNIÃO - NUMERO 10 - ANO I - 12 DE DEZEMBRO DE 1931 

Uma homenagem ao inolvidável fundador da C. D.
CIRO MARCONDES REZENDE

A "A UNIÂO", ainda nos seus primeiros passos na estrada luminosa da imprensa, mas convicta do seu triunfo e do seu progresso sempre crescente dado a simpatia de que gosa do ferroviariado cedeano a cuja frente formam como chefes de nomeada, dr. WALDERICO C. VÉRAS, na Superintendência; sr. BENEDITO DE OLIVEIRA , na Chefia do Trafego; dr. ALEXANDRE C. COCOCI, Chefia da Linha; e outros de notavel capacidade nas demais secções da grande empresa, sonho realizado do inolvidável paulista, CIRO MARCONDES REZENDE, que a morte ceifou-lhe o fio da existência já vai para 8 anos, planeja no momento uma significativa homenagem àquele vulto imortal, fazendo circular no proximo janeiro, uma edição especial, ornada de vasta cliclerie, representando nas suas fotografias nitidíssimas os mais belos empreendimentos de que é dotada a ESTRADA. Nesse objetivo a sua direção e redação vêm, cooperada pelo acolhimento dos altos chefes da ESTRADA, organisando o serviço fotográfico que foi confiado aos habilíssimos artistas JOSÉ BORIN e ANÉLO ZENI, desta cidade.  
As objetivas do "Foto-Borin", nas suas luminosidades incomparáveis reproduziram já, no papel sensível as impressões fotográficas dos pitorescos panoramas de TRABIJÚ - terra onde CIRO REZENDE passára os melhores dias de sua vida - das suas rotundas, locomotvas poderosas, do seu pessoal, trafego, locomoção e tração, centralisado pelos seus chefes.
DOURADO, a magestosa cidade encravada no pináculo da sua montanha, com suas casas antigas e cinzeladas, com os seus bungalós modernos e com as monumentais oficinas da C. D., toda a sua vida e poesia, já está também, impressas nos cartões "Agfas" do "Foto-Zeni".
A comprovada competência desses profissionais da arte que imortalisou Leonardo Da Vinci e Bacon, nos autorisa a afirmar que os seus trabalhos darão realces inconfundíveis a nossa homenagem jornalística ao ínclito patrício e chefe.
Custar nos-á decerto, muitos esforços essa tarefa. No entanto não haveremos de esmorecer ante os obstáculos que se nos aparecer. Os nossos colegas são para nós ferroviários e lidadores de imprensa, uma sólida garantia. Estamos certos de que tudo farão para o realisar deste tentamen que põe em relevo a gratidão de todos os funcionários da C. D., àquele que DEUS tem - não há dúvida - nos paramos da glória!
Será a primeira vez que se lhe prestará uma homenagem nesse ponto de vista. Porisso precisamos concretisa-la, mesmo a custa de sacrifícios.
Façamos pois, à memória de seus feitos uma poliantéa ornada das vivas cores que traduzam a nossa saudade ao emérito CIRO MARCONDES DE REZENDE, cuja atividade construtora está até hoje resplandecendo em todas as partes por onde passam os trens da C. D. 
C.S.
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PRÓ REFORMA DA MATRIZ DE DOURADO
No dignificante trabalho de reformar a Matriz desta cidade, o Sr. Vigário da Paróquia, endereçou à comissão de festas de S. Pedro, com séde na COMPANHIA FERROVÁRIA DOURADENSE , o seguinte ofício:
"À D.D. Commissão de Festas de São Pedro nesta Parochia com séde na COMPANHIA FERROVÁRIA DOURADENSE.
Saudações
Precisando nossa Matriz de reparo urgente e devendo começar esse trabalho já, peço entregar para esse fim o dinheiro que existe em saldo nas obras da nossa Matriz.
Desde já meus agradecimentos.
São João Batista de Dourado, 5 de Dezembro de 1931
O Vigário Padre MANUEL THEOTONIO DE MACEDO SAMPAIO."
Em atendendo o pedido, a Comissão teve a gentileza de nos informar que está a disposição daquele representante da igreja católica, a importância de 1:090$900, referente à festa no ano de 1930.
Belíssimo exemplo.
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CAFÉ
No mês de Novembro ultimo, a Cia. DOURADO recebeu nas suas estações: 91.973 sacos café a Santos (seriados), 2.508 sacos café a S. Paulo (seriados), 1.139 sacos de café  a outros destinos (não seriados), totalizando 95.620 sacos e, entregou à Cia. Paulista em Ribeirão Bonito, ponto de contacto com aquela estrada , das safras de: 1929/30 = 5.985 sacos, 1930/31 = 6.004 sacos e 1931/32 = 44.183 sacos, total de 56.172 sacos. Dias úteis=24. Média diária de entrega por dia útil=2.340,5sacos.
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A UNIÃO - NUMERO 11 - ANO I - 19 DE DEZEMBRO DE 1931

NÃO VAI PORQUE?
Felizmente podemos reafirmar ao nosso numeroso e seleto corpo de assinantes que o nosso orgão nasceu debaixo da mais franca simpatia de todos os que trabalham na C. D., e contando cada vez mais com as suas decididas cooperações, ele levará de vencida todos os antolhos que se lhe deparem. O simples fato acontecido com o nosso diretor em Bariri, não podia contribuir à sua queda. Dentro ou fóra da ESTRADA, será sempre o companheiro dedicado e pronto a todas as lutas. Por isso não paramos. A rota que traçamos em outubro será seguida corajosamente.
***
Os que se deleitam com os fracassos de outrem. Os que imaginando ter uma carcassa robustecida pela saúde - fictícia - e elevada pelo outo; que não se esqueçam do "Dia do Juízo". Que se não se esqueçam dos ensinamentos Divinos que condenam a perseguição e o ódio.
A vida é simplesmente passageira.
***
Não paramos, dissemos. Não paramos porque a maioria dos funcionários da C. D. estão comnosco neste dignificante tarefa, e ao nosso lado temos o concurso valiosíssimo de pessoas que, embora alheios à classe ferroviária, por ela nutrem a mais acendrada simpatia.
Do mês de janeiro p. vindouro em diante, "A UNIÃO", será confeccionada na cidade de DOURADO. Circulando no centro do ferroviariado da C. D.; em contato com todos os que trabalham pela grandeza da ESTRADA, ela poderá tornar-se mais informativa, mais útil, mais agradável. É essa a visão que nos anima em lutar pelo triunfo do ideal que nos colocou na arena da imprensa.
E agora perguntamos aos pessimistas: "A UNIÃO", não vai porque?
A. F.
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O ídolo dos operários das oficinas da C. D. 


Com os mesmo espírito de simpatia e justiça com que temos nos guiado quando aproveitamos as nossas colunas para tecer elogios  aos homens da administração da ESTRADA, elogios no entanto, que se justificam nas suas competências e nas formas pelas quais se conduzem diante dos seus subalternos; nós procuraremos aureolar o valor de todos quanto o mereçam, seja o mais alto chefe, seja o mais modesto operário. 
Há nessa questão, apenas a diferença dos direitos que uns adquiriram nos longos anos que sentaram os bancos das Escolas Politécnicas, objetivo brilhante de beneficiar a coletividade e cujo premio se define nos postos em que se ocupam com proficiência, e doutros o trabalho incessante, empreendedor e honesto.
As nossas considerações poderão apenas se diferençar na exterioridade dos adjetivos empregados.
A sinceridade, porém, é a mesma.
E com essa sinceridade, expendemos oje os nossos conceitos acerca do chefe das oficinas da C. D., sr. JOSÉ PLACERES.
Conhecemo-lo, já há muitos anos. Ainda em Trabijú. Moço, cheio de vida, de energias, o que ainda agora não perdera, s. s. era o principal daquela casa de reparações de maquinas e outros veículos, empregando no seu mister árduo, o máximo do seu esforço para o bom aparelhamento da ESTRADA e conjugando a todo instante planos novos e empreendedores.
Trabijú ao seu tempo tinha outra vida. Outra poesia. Outro encanto. O tinir troante dos malhos nas bigornas, o entrelaçar das engrenagens dos tornos, cujo ranger era um hino de progresso, dava àquela colmeia trabalhadora um cunho de beleza sem par.
Decorridos os tempos, a azafama dos melhoramentos mudaram os mecanismos dali para DOURADO, que ficou sendo o centro construtor e irradiativo da ESTRADA
A capacidade de JOSÉ PLACERES, se aproveitou. À s. s. fora confiada a tarefa de ajudante de chefe das oficinas. Com a retirada do seu venerado irmão sr. MIGUEL PLACERES que se aposentára, para tão logo a Parca lhe roubar a vida; a sua promoção se concretisou na chefia daquele departamento. Desde então tudo passou à sua competência. O operariado que sempre o admirára, vira neste ato da administração um motivo de grande jubilo. Tinham em fim à sua frente, um continuador do trabalho encetado pelo seu irmão. Simpático por todos os títulos, conquistou logo as melhores afeições dos seus subalternos. Chefe e amigo. Partícipe da alegria e da dôr dos seus semelhantes, nunca fôra capaz de uma injustiça, nunca fôra o pomo de discórdias e jamais deixára de ser o homem de sentimentos bons e humanitários.
Essas virtudes que o destaca no seio ferroviário, torna-o como o ídolo dos operários das oficinas, que depositam em s. s. a melhor confiança, como um preito de inapagável admiração.
C. S. 
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Colaborações

CANCÉLA DA ESTRADA

É uma alta cancéla, esconsa e carcomida,
Entregue à ação do tempo, alvar e zombadoura;
Sempre só, a fitar da seára a messe loura,
Na mudez do que é triste e lugobre na vida...

Do sertão, na estrada é sentinela erguida,
Mostrando ao viajor que o sól a veste doura;
Tem o aspécto fiel de casta virgem moura,
Por mão de fáda vil, roubada à humana a lida.

Mas, como punge à sós, ouvir-se o seu rangido
Ecôando triste no ermo campo da fazenda,
Como um canto de magua num lamento incondido...

E afirmo que tens alma, ó cancéla sombria!
E que abrigas em teu seio uma saudade dolorida,
Do teu passado cheio de festas e alegrias.
C.
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 O flagélo da humanidade
O ALCOOL
O alcool é possivelmente o maior ecúleo que aflige a humanidade.
É ele que transforma os homens mais eruditos em tolos e néscios, enquinando a sua reputação e conduzindo-os à loucura, ao crime e ao suicídio.
É ele que semeia a desgraça nos lares felizes, arrastando tudo à ruína e à desdita.
O alcool é o mais terrível e resoluto inimigo da saúde e da prosperidade. É um mal que nós devemos decapital-o inexoravelmente, para que seja exterminado de uma vêz para sempre da superfície universal.
"E apesar de tudo isto, o alcool é o líquido acolhido quasi por todos!" Desde a paupérrima choupana do roceiro até as mais elevadas sociedades, ele domina, agindo libertinamente.
"Os cativos discípulos do Deus Bacco". Com o uso constante do alcool, metamorfoseiam-se em pessoas inábis, ficando para sempre prostados no abismo do escandalo e da negligência! E há pessoas que se privam da alimentação, para esbanjarem o dinheio em alguns góles de cachaça...
Tudo isso são consequências desse vício maligno!
Portanto, torna-se indispensável um combate à esse flagélo maldito, para que assim a nação brasileira, esteja sempre constituída sob a sagrada legenda: "ORDEM E PROGRESSO".
Trabijú - Dezembro - O.M.C.
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A Contadoria virá para DOURADO
Um dos mais notáveis melhoramentos que se espera realisar dentro em breve é a transferencia dos escritórios da Contadoria da C. D., de S. Paulo, para esta cidade.
Até aqui, comvém notar-se, que ventilamos o assunto como um consta. No entanto, sabemos de fonte autorisada que o sr. Dr. W. VÉRAS, já está trabalhando nas "demarches", junto à diretoria da ESTRADA e o sr. ARISTIDES MARCONDES DE SOUZA, ilustre chefe da contabilidade, no sentido de ser concretisada essa aspiração de há muito desejada não só porque trás grandes vantagens aos serviço da ESTRADA, como também é um progresso inigualavel para DOURADO.
Confiantes na operosidade do nosso Superintendente e na alta visão administrativa dos chefes que, em S. Paulo, zelam pela prosperidade da C. D., esperamos ter brevemente mais um grande departamento ferroviário entre nós.
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FALECIMENTO
Faleceu no dia 15 do corrente em Jaú onde havia se submetido a uma intervenção cirúrgica o comerciante snr. ANGELO MARIA PESCUMO, sogro do sr. RAUL CUNHA, funcionário do escritório do Tráfego.
À familia de luto os nossos pezames.
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ARQUIVO: CASA DOS PAPÉIS/FAMILIA GAUDENCIO DEL CIEL
OBS: Os textos "Reminiscências do Passado..." e "O flágelo da humanidade - O ALCOOL", são de autoria de ORIO MARQUES COSTA (HOEMECE / O.M.C.)
 

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