domingo, 3 de junho de 2018

CASA DOS PAPÉIS-124: DOURADO LITERÁRIO - 2



SONETO DA COMPARAÇÃO

A vida é como a chuva
cai, rola e vai embora e não volta jamais
Viver é saber e não sofrer
Quem não sabe viver
Sofre mais.
 
O sol é como a luz que ilumina
Mas um dia há de apagar
Como a água que saiu da mina
Que um dia poderá acabar.
 
A saudade é como o vento
Um dia passageira
Traz um lindo pensamento
Mas também pode durar a vida inteira.
 
O amor é como o sol ardente
É eterno
Nunca apaga
De manhã ele nasce, onde há o choro e a mágoa.
 
A flor é como a vida
Um dia nasce e depois de algum tempo torna-se florida
Chegando um dia a murchar
E a morrer
A vida um dia poderá partir
E nunca mais  voltar
E também nunca mais nascer.
 
A gota da lágrima é como a água da torneira
Cai, rola e vai embora
No jardim chora a jardineira
Pois quem sorriu também chora.
 
A esperança é como a rosa
Esta espera o outono para desabrochar
A prosa se faz em sono
Para quem não quer esperar.
 
A borboleta é como o coração
Sempre palpita
Por uma rosa ou um botão
E a paixão de saudade, agita.
 
O cantar das aves
É como o tocar de um violão
Traz lembranças suaves
Que invadem o coração.
 
A lembrança
É como a saudade
Traz uma triste recordação
Quem tem esperança
Tem felicidade
No coração. 
 
 
ANA KEYLLA MUNHOZ
ESPERANÇAS
EDICON-SÃO PAULO-1986
 
ARQUIVO: CASA DOS PAPÉIS


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