segunda-feira, 27 de maio de 2019

CASA DOS PAPÉIS-196: A UNIÃO - NUMERO 4

 
ONTEM  E  OJE
ADELINO FRANCO
Em traços rápidos. singelos procuramos já, registrar os episódios da vida da ESTRADA, nos saudosos dias do passado, recordando passagens inesquecíveis e o trabalho profícuo de CYRO DE REZENDE, o imortal "Seu CYRO", que tanto fez pelo progresso da C.D.
Agora vamos entrar, também em traços sucintos na vida da ferrovia, quando na direção dos chefes que sucederam-se após o desaparecimento do ínclito creador da ESTRADA.
Dr. ODULFO PAIVA BARACHO, foi o segundo superintendente da ESTRADA. A sua notável cultura desenvolveu consideravelmente o ritimo da via férrea. Tendo como auxiliar o sr. PEDRO LACERDA na chefia do Trafego conseguiu belos empreendimentos. Acontecimentos imprevistos, porém, fê-lo retirar-se do seu posto.
O Dr. WASHINGTON MARCONDES FERREIRA que já havia desempenhado o cargo de Chefe de Trafego da C.D. e, até então ocupava o cargo de chefe da linha com rara proficiência, assumiu a Superintendencia. Acostumado com o labor ferroviário. Engenheiro de nomeada. Cavalheiro estimadíssimo pelo seus chefes e pelos seus subalternos conseguiu fazer uma administração brilhante durante alguns anos, dotando a ESTRADA de melhoramentos notáveis. A classe ferroviária a qual pertencia era para s. excia. um orgulho e dotava-a sempre que possível do que carecia para amenisar-lhe o viver. A sua retirada as alta chefia foi sentidíssima. Prova esta asserção a memorável manifestação de apreço de que fora alvo em DOURADO por ocasião de passar a sua missão ao seu substituto.
No próximo numero, explanaremos alguns dos benefícios de sua atuação. 
 -§§§§§§-
 
PRIMEIRA ETAPA
Geralmente os órgãos de imprensa que nascem sem nenhum bafejo oficial são fadados a pouca existência, quando isto não seja do desejo daqueles que os fazem circular, o é no entanto dos pessimistas.
A nossa folha nasceu sem a empírica proteção. Nasceu pela vontade de um pugilo de funcionários da C.D. que, possuídos de um ideal são, admirável, extraordinário imaginaram de ter um órgão para a defeza da classe a que pertencemos. O desiderato se ramificou por todos os recantos da ESTRADA e não houve um só ferroviário que se esquivasse de apoiar o tentamen. Saiu a luz da publicidade o seu primeiro numero. Foi bem recebido. Surtiu o efeito desejado. Defendendo um programma cheio de cousas interessantes à classe, seguiu-se o segundo numero. Apoio não nos faltou e oje podemos escrever que vencemos o primeiro mês de luta encorajados pela acolhida gigantesca que tivemos em proseguir a rota sempre dispostos a vencer.
Venceremos.
Venceremos, porque, os ferroviários da C.D., já compreenderam que estamos numa época de luzes, de desenvolvimento e de conquistas. Compreenderam ainda que a "UNIÃO FAZ A FORÇA", e quando se deseja viver dentro de ambientes saturados de tudo que é bom, precisa-se despertar dos letargios em que se vive. E foi para animara nossa classe em recobrar o direito de viver em meio das arregimentações grandiosas que surgiu "A UNIÃO", ladeado por lemas como estes: "Si queres viver desperta e luta". Lema que encerra a sublimidade do momento e que traduz a esperança de melhores dias.
Caminhamos agora não para vencer do segundo mês na arena da imprensa. Caminhamos para o vencer do primeiro ano de vida. Daqui até lá temos ainda trezentos e muitos dias. Nesse longo espaço de tempo que se nos apresenta para percorrer, procuramos dar a nossa folha uma orientação segura, ampliando o nosso serviço ineditorial da melhor forma possível. Assim como a parte material haverá de sofrer radicais reformas.
A "A UNIÃO", não é jornal combativo. É sim o veiculo informativo de tudo que interessa na lide em que nos ocupamos. É ainda o livro pelo que a nossa mocidade poderá se manifestar nos seus arroubos literários, aperfeiçoamento utilíssimo da intelligencia.
É enfim aquilo de que precisavam os ferroviários da C.D. para a sua alegria e para avivar o progresso da ESTRADA em que militamos com amor e dedicação.
C.S.
-§§§§§§- 
Cronica Esportiva
MONOPOLISANDO
As nossas dependências esportivas contam atualmente com um campo de futebol, uma quadra de bola ao cesto, jogo de bóce e alguns aparelhos de ginastica.
Mas a uma cousa só é que estão voltadas as atenções tanto da Diretoria como dos espectadores - O FUTEBOL.
O jogo de bóce conta lá com um pequeno numero de afeiçoados, de quando em vez um ou outro vai fazer um pouco de ginastica na barra fixa, porem a quadra de bola ao cesto que foi feita com bastante esforço por grande parte de nossos associados está completamente abandonada...Porque? Bola ao cesto é um esporte tão cultivado em nosso Estado, principalmente na Capital. Não é esporte feminino como muitos costumam dizer. É um esporte para ambos os sexos.
Não há motivos pois para que nossas atenções estejam voltadas exclusivamente ao futebol, pois um clube para progredir é preciso que desenvolva o maior numero de esportes que suas instalações permittam praticar.
Depois que estivermos praticando os esportes que nossos campos permitem, quando depois de nossos afazeres diários e praticarmos o futebol, bola ao cesto, atletismo, ginastica e na proporção em que vamos indo outros esportes que futuramente poderemos praticar, daí sim diremos com satisfação que temos de fato um Clube. Mas não monopolisando como está acontecendo com o futebol.
Aqui deixamos um apelo à Diretoria do C.E.F. DOURADENSE para o assumpto em questão.
REPORTER
-§§§§§§-


FERROVIARIOS !
Cooperai pelo progresso e vida deste orgão,
lidimo representante da nossa classe.
-§§§§§§-
 
 NOTAS SOCIAIS
VIAJANTES
Para S. Paulo
Seguiu para S.Paulo, em dias da semana transata, o sr. dr. WALDERICO C. VÉRAS, d.d.Superintendente da ESTRADA, acompanhado pela exma. esposa d. ISAURA CASSÃO VÉRAS e Filhos.
Seguiram também para aquele destino, o sr. GASTÃO R. ABREU, Secretario da Superintendência; CLOVIS ADÃO  e exma. família, e o sr. DOMINGOS LUCAS.
Ainda para S. Paulo, o sr. EUCLIDES CASEMIRO e Esposa.
Para S. Carlos:- JOSÉ MARUSSI, ELPIDIO FERREIRA, BRÁS CASEMIRO e Esposa.
Para Campinas:- A menina ELIZENA, filha do sr. CARLOS CORRÊA LEMOS, digno funcionário do Escritório da Locomoção.
Para Araraquara:- LUIS ANTONIO MOURÃO e ANTONIO RABANÉA.
ENTRE NÓS
Está de novo entre nós, o prof. ABRÃO GOMES, amigo dos ferroviários que se achava licenciado.
ANIVERSARIO
Faz anos: no dia 3 do corrente a gentil senhorita MARIA APARECIA GULA. Parabéns.
CONTRATO DE CASAMENTOS
Contratou casamento com a gentil senhorinha OTILIA MURBACK o jovem MIGUEL PEREIRA.
Com a prendada senhorita OLIVIA GOMES, o sr. AMERICO GARUTI, todos do nosso meio ferroviário. 
-.-.-
 
 
ROSA BRANCA
Haverá no mundo cousa que melhor traduza a suavidade das manhãs de Maio, que o veludo nivêo das rosas brancas? 
Quando você olha para a brancura sem jaça de uma rosa branca, por ventura, não lhe acóde à mente, a lembrança de sonhos imaculados?
Nos cristaes alvíssimos do seu formoso coração não se retrata a fantasia de uma florescência nivêa de quimeras?
Pois a mim quando olho para uma rosa branca - me vem à imaginação, a idéa de que existem virgens, lindas, que se fazem penitentes, nos conventos, precizamente na idade na idade em que a vida fascina a gente...
BENEDITO BRANCO
-§§§§§§- 
 
Jornal "A UNIÃO"-NUMERO 4-ANO I - 1 DE NOVEMBRO DE 1931
ARQUIVO:CASA DOS PAPÉIS/FAMILIA GAUDENCIO DEL CIEL

Nenhum comentário:

Postar um comentário