terça-feira, 14 de janeiro de 2020

CASA DOS PAPÉIS-229: A UNIÃO - NUMERO 6



ONTEM E OJE
ADELINO FRANCO
 
O Dr. WASHINGTON MARCONDES FERREIRA, foi o terceiro Superintendente da Cia. DOURADO, feito, podemos dizer entre nós, assumiu o cargo em 15 de abril de 1926, debaixo dos mais justos contentamentos e essencialmente daqueles que tinham certeza de que s.s. os arrancaria do ostracismo, onde haviam sido lançados como condênados ferroviários, trazendo-os para o seio da família ferroviária da qual foram desmembrados com ou sem justiça, deixando os ao critério competente para continuarem a trabalhar com o mesmo amor e com a mesma dedicação. E graças à Deus, isso não falhou, e a descriminação não tardou para aqueles que a merecia, porque s.s. como sempre discernente, procurou conhecer os motivos legítimos não deixando levar-se por farças e duvidosas acusações que pudessem dar logar, a punição merecida. De todo o beneficio havemos de ve-lo recompensado e não muito longe
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Vamos agora referirmos nos aos seus feitos:
Não sejamos inconscientes. Assim como um homem depois de assegurado o futuro da sua família não deve procurar quem o elimine da terra, reconheçamos , pois, que as empresas feitos os seus seguros contra o fogo, têm de prepararem os seus aparelhos e as suas instalações  para salvarem os seus maquinismos e prédios da ruina quando ameaçados por incêndio. Ademais, capacitemos de que toda e qualquer instituição tem os seus regulamentos e leis aprovados pelos competentes governos para garantir os seus direitos e para punir os transgressores. Comtudo não faltaram abusos que levaram tantos segurados a prisão! E si não fora isso, quantas e quantas indenisações injustas e fraudulentas não fariam asa companhias de seguros rumarem-se à falência?
E foi assim que s.s. deixou o aparelho w e suas respectivas instalações preparados para serem utilisados quando necessários para o salvamento dos maquinismos e prédios das oficinas.
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Cada classe de acôrdo com sua catêgoria tem o seu meio social e acolhimento. E nós que somos da média, não podemos julgar que a diretoria da estrada onde trabalhamos possa viajar num compartimento comum, e foi porisso, que s.s. deu lhe o justo valor mandando construir um carro para o uso da Administração.
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Devemos compreender que os descarrilamentos de locomotivas e veículos não ocorrem somente durante o dia enquanto existe a luz do sol. Numa estrada que os seus trens circulam também à noite com o mesmo desembaraço, foi que s.s. determinou a construção de um vagão de socorro com um magnifico farol, com todos os precisos acessórios e instalação de um aparelho telegráfico.
E do ótimo resultado deste feito já tivemos oportunidade de conhece-lo. Cremos não haver duvidas! E si dizemos tudo isto é porque desejamos que todos os colegas compreendam o valor administrativo de um homem e não nos julguem o reduzido numero de pessimistas quase obliterado, que somos bajuladores, visto que podemos assegurar-lhes que não o somos. Esclareceremos - lhes que os nossos chefes pelo seu trabalho com toda sinceridade e não com disfarces, aleivosia ou hipocrisia, porque ainda, não somos mistificadores de politica e negócios, ou falsários de relação.
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As maquinas que se fazem necessárias numa estrada de ferro podiam ser dispensadas, até quando? Assim, e para que nem sempre a boa visinha da Cia. DOURADO fosse incomodada, s.s. deixou-as montadas nas oficinas habilitando-as de meios para que todos os serviços referentes ao ramo, com rara exceção, pudessem ser executados pelos seus hábeis mecânicos que com elas manejam. Não veremos por ventura seguimento de processo? Não sabemos ainda por ventura que toda indústria para auferir lucro precisa ser organisada e que essa organisação custa dinheiro e requer espirito administrativo, uma direção autorisada? Claro que sim!...
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A secção de estatística de sua organisação tem apresentado o verdadeiro fim de sua creação e da sua utilidade; é por ela que chega-se a conhecer todo e qualquer movimentos referentes aos quilômetros e pessos mortos dos veículos.
O seu esforço para reformar a disciplina que tem sido debatida desde o principio da estrada, foi sem duvida de grande proveito para a classe ferroviária. Porisso, prezados colegas saibamos cultiva-la para que ela não extravie e torne cada vez mais perfeita entre nós para o engrandecimento dos nossos dirigentes e do real valor que temos.
Outros melhoramentos foram feitos e projetados por s.s. referente à Via Permanente com auxilio do Dr. NIUTON UZEDA competente engenheiro então Chefe da Lina.
Bastante empenho s.s. fez para que o salario da classe fosse melhorado, conseguindo beneficial-a  dentro do possível.
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Para que todos recordem, transcrevemos a despedida que s.s. apresentou quando em 31 de Dezembro de 1928 deixava-nos:
"Cumpre-me comunicar-vos que nesta data deixo os cargos de Superintendencia e Chefe de Locomoção que vinha exercendo desde 15 de Abril de 1926, e retiro-me dos serviços da mesma, de accordo com a solicitação que fiz à Directoria.
Outrosim que, pela Directoria foi nomeado para substituir-me nos cargos referidos, o Dr. WALDERICO C. VERAS.
É do meu dever, e o faço com a máxima satisfação, de deixar nesta, consignado o meu profundo reconhecimento e agradecimento a todo pessoal, pelo modo que se conduziu durante a minha administração. na cooperação directa, para que a mesma fosse de paz e de esforços máximos em prol do bom serviço e do bom nome e interesse da COMPANHIA.
Quando em 15 de Abril de 1926, tomei o compromisso perante a Directoria de dirigir esta ESTRADA, conhecia já quão árduo seria o trabalho, porem de antemão conhecia também o quanto seria o mesmo amenizado, porque contava com a dedicação e esforços de todos para conseguirmos um fim comum.
A todos hypotheco a minha gratidão, com os votos de todas as prosperidades e felicidades.
Com meu abraço de despedida, a cada um, o meu agradecimento e o meu 
                                                                                                                            Adeus".
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Foi nesta data que s.s. ofereceu um magnifico banquete em confirmação da estima que devotava aos ferroviarios da DOURADO, sem distinção de classe , dispensando a sua atenção a todos aqueles que lamentavam a separação e sempre eram animados, porque, ele sabia que para o seu logar viria um homem de rígida administração, enquanto os companheiros de labuta da Cia. Paulista recebiam um chefe de energia férrea, empreendedor e distinto.
Desta fórma, foi que a 31 de Dezembro de 1928, foi sucedido pelo Dr.WALDERICO C. VERAS.
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C I R O P O L I S
Um pugilo de colegas ferroviários da douradense, vem com o mais decidido empenho, trabalhando para que seja prestada significativa homenagem à memoria do ilustre paulista CIRO MARCONDES DE REZENDE, que a morte colheu impiedosa já vai longe.
Porisso servindo-se da colunas deste órgão, que é o nosso porta-voz, têm focalisado com brilhantismo sem igual as suas aspirações, tecendo em torno daquela figura idealista que jamais havemos de nos esquecer, os mais significativos comentários extravasados de sinceridade, de amor e de saudades.
Essa campanha que assume no momento vulto notável, carece entretanto de estudos.
Estudos da parte operosa diretoria da ESTRADA que sempre foi e é acessível aos grandes empreendimentos e de parte dos que lutam com destemor  pela concretisação do desiderato.
TRABIJÚ é a estação à que todas as vistas estãp voltadas, no objetivo de ser mudado o seu nome oara o de "CIRO RESÊNDE". De fato é a que mais se adequa. Foi em TRABIJÚ que o "velho" mais viveuos seus dias num trabalho intenso, construtor e sibretudo cheio de esplendores, procurando aqui e ali numa brecha para melhora-la, e arquiteteando planos que os seus sucessores vêm agora realisando com inteligência.
TRABIJÚ é o centro da ESTRADA. Em tempos não longínquos dado o seu atual desenvolvimento será por força das circunstancias uma cidade, um centro de cultura industrial, agrícola, comercial e intelectual. O seu povo nos últimos anos tem trabalhado com afinco pelo seu progresso e caracterisa esta asserção  os novos prédios ali construídos e sobretudo a igreja. A igreja sim é o que mlhore realisaram. O templo é sempre o marco inicial de uma cidade e jamais se viu uma vila em começo sem a Casa de Deus. Deus está em toda parte. Mas mesmo assim os seus ensinamentos devem ser espargidos onde as massas são densas. A igreja é tudo. Os trabijuenses já a tem. Agora os ferroviários querem consagrar a memória daquele que deu esse nome a estação ao sopé da serra da Babilonia. Querem que TRABIJÚ seja chamado CIRO RESENDE. Estou com meus colegas nesse formoso ideal. Estou porem pela troca mais sonante e significativa. Ao em vez de TRABIJÚ - CIROPOLIS. Cidade do CIRO. E mais tarde. Os homens geração moderna que fôr aparecendo no cenário da vida terrena  ao deparar a cidade de CIROPOLIS, buscando no seu panorama que recorda os das cidades serranas da Suissa, algo de bélo e intuitivo, para os seus estudos etnológicos, perguntarão aos velhos que foi o seu fundador. Estes dirão com toda pujança de suas forças: foi CIRO RESENDE.
CIROPOLIS ! Representais no seu todo a vibração da voz que vem se erguendo em toda a DOURADENSE no empenho inamovível de render ao super-homem fundador da C.D. o maior preito de veneração gratíssima.
M. REZENDE
(Chefe da estação de Java)  
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MOVIMENTO DA ESTRADA
TRAFEGO
CAFÉ
Durante o mês de outubro a CIA. DOURADO recebeu em suas estações:
59.916 sacos de café a Santos (seriados)
4.409 sacos de café a outros destinos (não seriados)
64.325 = Total
Dias uteis 26. Média diária 2.474,03
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 CLUBE UNIÃO OPERARIO
Em DOURADO, terá logar oje, nos confortáveis salões do "CLUBE UNIÃO OPERARIO", um magnifico sarau dansante promovido pela sua distinta e esforçada diretoria da qual fazem parte os nossos colegas, srs. LEONARDO RUSSO e ARISTIDES RIBEIRO.
Pelo atencioso convite com que nos distinguiram, somos gratos.
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LITERARIAS
FINADOS
Entrei naquele vasto campo santo! Por todos os lados, via-se soluços e lagrimas. A abobada celeste estava toda imersa em nuvens negras e chovia lentamente. Parecia que a própria natureza naquele aspecto tão tristonho,  participava da mesma dor, da mesma agonia da humanidade.
Caminhei passo a passo procurando entre os demais túmulos, o de meu Pae saudoso; finalmente o encontro... Por muito tempo estive a mira-lo e mentalmente fiz elevar-se ao Altíssimo uma prece fervorosa em dedicação àquela alma bondosa.
Depois fui visitar outros jazigos, onde estavam pessoas orando com muita devoção. Consolei-me assistindo  aquele impressionante espetáculo onde reinava a igualdade...
Novembro - 931 - OMC
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A UNIÃO-NUMERO 6-ANO I-14 DE NOVEMBRO DE 1931
ARQUIVO: CASA DOS PAPÉIS

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