sábado, 28 de julho de 2018

CASA DOS PAPÉIS-137: VISITANDO DOURADO


DOURADO VISTO POR UM VISITANTE

A noite cai. Esbraseia o ocidente em agonia. Um frêmito de óleo queimado entra na cidade e começa a deslizar pelo labirinto asfaltado.. O jovem ocupante da poltrona 22 tem a noção clara de que ela desertou para o progresso dormente desde o ciclo do café.
A medida que avançava, as casas rareadas transformavam-se num compacto muro, tornando semi-inexistentes os seus espaços.
A cidade é simpatia.
A iluminação moderna é auxiliada pelo derramar das cisalhas de prata do astro rei das noites de verão, que caem como benção sobre os moradores  sequiosos pela continuidade das melhorias.
As inovações por que passou a "Rainha Central"; exemplificando a padronização das calçadas, caminhos dos trabalhadores, parecem pela sua mutação de cor, dar mais alento para que possam suportar com resignação o eito cotidiano.
A arborização incentiva um novo florir ao progresso.
DOURADO já é graça.
O vitral do ônibus torna-se diminuto para abrigar a perspectiva curiosa daquele que chega.
O veiculo, enfim é freiado.
O rapaz desce e lança um olhar magico para as residências, de onde brotam amigos, que caminham com um sorriso estampado na face, a um amplexo, sem nenhuma idéia secundária.
Finalmente, DOURADO, você é "CIDADE CORAÇÃO".

JORGE LUIZ VERNAGLIA
JORNAL DE DOURADO-Nº270-ANO VI-DOMINGO, 14 DE ABRIL DE 1968
(Foto Ilustrativa)





ARQUIVO:CASA DOS PAPÉIS

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