quinta-feira, 18 de outubro de 2018

CASA DOS PAPÉIS 158: CADA BANCO UMA HISTÓRIA - 01

Iniciaremos hoje a apresentação dos artigos "Cada banco uma história", complementando as  nossas publicações de "72 anos de muitas histórias", que foram publicados entre 2006 e 2008 pelo jornal "O DOURADO" , compõe-se de 17 artigos escritos por RUDYNEI FATTORE.
Os resistentes bancos de granito do nosso jardim público ostentam em seus dorsos nomes e insígnias de famílias e casas comerciais de nossa cidade.
Esses bancos foram colocados em substituição aos antes tradicionais bancos de suporte de ferro e de ripas de madeiras transversais.
Isso se deu no governo municipal do Dr. JOSÉ BUZÁ, na segunda metade da década de 1940.
Passados mais de 50 anos, quase 60, eles conservam os nomes das famílias e firmas que os doaram à municipalidade. Muitos nomes ali gravados já não estão entre nós, mas serão lembrados pela herança familiar que deixaram. Alguns, se ausentaram de nossa cidade e talvez hoje seus descendentes desconheçam essa lembrança perpetuada nos bancos do jardim.
Eu, com meus 76 anos, me recordo perfeitamente de todos os titulares dos nomes gravados nos históricos bancos da nossa principal praça.
O jornal "O DOURADO", em homenagem a esses ilustres colaboradores de nossa sociedade e as suas famílias, passará a partir do próximo numero deste periódico, dedicar um espaço com a fotografia do banco mencionado e sua história. Para isso, pedimos a cooperação de familiares e de historiadores para que cada nome ali gravado há mais de cinquenta anos seja lembrado e perpetuado na história de nossa terra.
Jornal "O DOURADO"-Nº205-ANO 11-DOURADO, 30 DE NOVEMBRO DE 2006
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ANGELO FOSCHINI & FILHOS
A nossa Praça da Matriz perpetua em dezenas de bancos de granito o nome de famílias e empresas de nossa cidade.
Eles já cinquentenários e os nomes ali gravados nos transporta para os tempos da metade do século passado.
Em cada edição publicaremos uma parcial história de cada nome gravado nos bancos do jardim.
Do lado esquerdo da lateral da Matriz, um banco desperta curiosidade dos transeuntes. Além do nome gravado, o dorso do banco destaca uma LIRA. A Lira é um antigo instrumento musical de cordas em formato de um U.
Como foi um dos primeiros instrumentos da civilização, ela tornou-se o símbolo musical em todo o mundo.
Um imigrante italiano, que aportou em nosso país em 1890, fez da musica seu lazer preferido e juntamente com os filhos e netos, formou uma banda que recebeu o nome de LIRA.
Cada filho que nascia, era um futuro integrante da LIRA, que por muitos anos alegrou o povo douradense.
ANGELO FOSCHINI, um imigrante italiano que imigrou para o Brasil antes deste torrão ser cidade, contribuiu muito para impregnar a cultura em sua querida DOURADO.
ANGELO FOSCHINI nasceu na Itália em 08 de outubro de 1874 e chegou ao Brasil em 1890, em busca de melhores condições de vida, como a maioria dos imigrantes que aqui aportavam.
No Brasil, casou-se com TEREZA ZIVIANI, em 02 de setembro de 1893, que também era imigrante italiana. Moravam em São Carlos onde nasceu JOSÉ, o primogênito.
Compraram umas terras em DOURADO e aqui a família se estabeleceu.
O casal teve mais 14 filhos, dos quais três faleceram ao nascer. Criaram doze e tinha braços e vigor para o trabalho e lazer.
O senhor ANGELO FOSCHINI tinha uma sanfona de oito baixos e um trombone que gostava de tocar para reunir e alegrar a família.
Como todo bom italiano, sua casa pobre, no sitio, era cheia de alegria. Quando os filhos completavam quinze anos, os pais, ANGELO e TEREZA os presenteavam com um "costume" completo, que ia do chapéu ao sapato e também com um instrumento musical escolhido pelo filho.
Assim em pouco tempo, pois filho era um atrás do outro, formava-se uma banda em sua casa. O entusiasmo era grande! Tralhavam na roça de sol a sol, mas sempre encontravam tempo para aprender com o pai e com outros patrícios a arte musical e não demorou muito para nascer a LIRA, que se apresentava na década de 20 a 40, mais ou menos, todos os domingos, das 19:00 às 21:oo hs., no coreto do jardim, na Praça da Matriz.
Era um tempo muito bom!
As famílias sentavam com seus filhos ao redor do coreto e os jovens flertavam, girando em volta do jardim em sentido contrário. Trocando olhares apaixonados sob o som da LIRA.
Os filhos de ANGELO e TEREZA FOSCHINI, também formaram um jazz e tocavam em bailes, em casamentos, em festas etc. Durante essas décadas, outros músicos douradenses integraram a Banda, como senhor MINUTTI, senhor LUIZ BASSI, senhor MANOEL entre outros. O senhor DOMINGOS DONATO tocava prato! E quem gostava muito de acompanhar a Banda era o senhor PITANGA e o senhor CEZAR FATTORE, casado com dona MARIA CASADEI.
Na trajetória da LIRA, também fizeram parte os seus netos, ANGELO, conhecido como LINO FOSCHINI e o seu irmão ALÉCIO.
FILHOS e FAMÍLIAS:
1º - JOSÉ, casado com MARIA, tendo os filhos: DALVA, DIVA, DIRCE, EDINÉIA, DIONÍSIA. MARIA JOSÉ e ANTONIO CARLOS.
2º - FELICIO, casado com ANGELINA, tendo os filhos: OLGA, ALENCAR, RUBENS, EDMÉIA(Neíca) e ELZA. 
3º - LUIZ, casado com INÊS, tendo os filhos: ANÉSIA, ANGELO (Lino), ALÉSSIO, ANTONIO E ALVANI.
4º - MARIA, casada com JOÃO, tendo os filhos. HEITOR, ORESTES e CÉLIA.
5º - ALBERTO, casado com MARIA, tendo o filho: JOSÉ
6º - VITÓRIO, casado com MARIA, tendo os filhos: ODETE, APARECIDA, ONDINA, VITÓRIO e MARCOS.
7º - ANTONIO, casado com MILEDE, tendo os filhos: ODAIR e ADAUTO.
8º - JOÃO, casado com ANA, tendo os filhos: INDALÉCIO, TEREZINHA e WILMA.
9º - ALFREDO, casado com OFÉLIA, tendo os filhos: VENERANDA, LEISLE, ALBINA TERESA, JUSSARA e ALFREDO.
10º - PEDRO, casado com ANNA, tendo a filha ELOÍSA.
11º - AMÉLIA, casada com ANIBAL, tendo as filhas: ARLETE e ARINETE.
12º - STELLA, casada com DELCIDES, tendo os filhos: MARIA CLEYD, UEIDE FERNANDO e MARIA JOSÉ.
ANGELO FOSCHINI faleceu em 19 de Março de 1947. 
 
 Jornal "O DOURADO"-Nº206-ANO 11-DOURADO, 22 DE DEZEMBRO DE 2006.
 
Foto Ilustrativa: Praça da Matriz - Em pé da E/D:HENRIQUE DICTORO, FELICIO FOSCHINI, PEDRINHO FOSCHINI, LUIZ FOSCHINI, BENEDITO SILVESTRE PEREIRA, DOMINGOS DONATO, ALBERTO FOSCHINI, CLOVIS ADÃO, MANOEL FRANCELINO e JOÃO PAULINO. Agachados da E/D: TONICO FOSCHINI, OSWALDO MURBACH e LUIZ BAZZI.
 
ACERVO: CASA DOS PAPÉIS
 
 
 
 
 
 
 
 

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